IGREJA: apenas mais uma simples reflexão




O Senhor Jesus fundou a Sua igreja…

Na linguagem dos teólogos [evangélicos], Ele a estabeleceu como “agência do Reino de Deus na terra”.

Fundamentalmente não a fundou como uma instituição, mas como um corpo, um organismo vivo e dinâmico, uma fraternidade (uma família de irmãos e irmãs) de discípulos-sacerdotes, capacitados pelo Espirito Santo com habilidades sobrenaturais - chamadas de “dons” (Ef. 4:8) - para representá-lo e estender a sua missão a todos os cantos da terra (I Tm. 2:4): uma missão que comunica justiça, paz, alegria no Espírito (Rm. 14:17) e, sobretudo, amor (1 Cor 12:31; 13:13) - a Deus e ao próximo (Mt. 22:37-39).

A igreja existe, pela ação do Espírito Santo (At. 1:8), para glorificar Jesus (Jo. 16:14) e revelar o amor e a vontade de Deus a todas as pessoas, em todos os lugares, com graça e compaixão.

Glorificar a Deus, proclamar o Evangelho por vida e obras, e fazer discípulos, resumem apropriadamente o sentido de existência da Igreja:

Glorificar a Deus - apesar de isso afetar todas as áreas da vida, quando se pensa em igreja podemos falar de liturgia )o servido do povo de Deus), sacramentos e adoração, e da centralidade de Cristo. Além disso, insere-se aqui a dedicação devocional pessoal a partir de exercícios espirituais específicos (oração, leituras, jejuns, confissão etc). Soli Deo gloria.

Proclamar o Evangelho por palavras e obras - falamos aqui de evangelismo, boas obras, empreendimentos missionários e compromisso com a justiça do Reino de Deus diante de todas as esferas da vida e sociedade. A proclamação ocorre por palavras, sinais sobrenaturais, boas obras, e obras de justiça. Todavia, é essencial manter em mente que Jesus traduz absolutamente toda realidade do Evangelho (Mc. 1:1).

Fazer discípulos - diz respeito ao ensino, formação espiritual e à capacitação de todos os membros da Igreja, para que desempenhem adequadamente suas funções específicas.

(Rm. 12:4) no contexto da igreja e do mundo.


Um ”discípulo” é um aprendiz permanente (mathétes), mas jamais um espectador.

Portanto, a Igreja diz respeito a algo que vai muito além de nossas agremiações religiosas, conveniências sociais (amizades), preferências pessoais e definições parciais. Ela vai além também de nossas hermenêuticas segmentadas. Ela existe para a glória e a revelação de Deus. Nunca foi sobre ela, suas confissões, doutrinas/dogmas, eventos, catecismos/catequeses ou estratégias. Ela existe por causa de Deus, desse Deus que “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3:16)“.

Pelo Evangelho a igreja foi chamada (ekklesia = ek + kalew) a manifestar a sua vocação existencial diante de toda realidade social, cultural e espiritual.

Mas, e nós? Pode surgir a questão.

Nós? Por causa da misericórdia e da graça de Deus, a nós foi permitido sermos inseridos em tão magnífica e sublime realidade. Nós somos os elementos resgatados das trevas para a concretização da realidade e do propósito da igreja.

“…àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef. 3:20,21)


N’Ele. Sempre,




Reverendo Celso Tavares.