Cultura virando Evangelho, relativização da verdade, supervalorização da experiência e do intelectualismo, clamor por diálogo e inclusão, desconexão com o transcendente, preocupação com o pobre, releitura da Bíblia para que responda às demandas da pós-modernidade, enfim... Novas palavras, diferentes atores, mas a questão central é sempre a mesma: a teologia liberal.
Você consegue pensar sobre as informações que recebe? Consegue aplicar o conhecimento adquirido com reflexão? É impossível falar desse tema e não lembrar de tantos alunos e amigos que, em meio a aulas e palestras, diante de questões e conceitos bíblicos essenciais disseram: “É muita informação...”; ou ainda: “Mas professor, isso é realmente necessário? O Evangelho é simples. Jesus é simples...”
Pode ser um apenas um recorte, admito. Mas reflete com propriedade a realidade de muitas igrejas evangélicas. Milhares e milhares de homens e mulheres que decidiram navegar na calmaria das águas mornas, curtindo o “abraço” quente e acolhedor da mediocridade.
A mediocridade é um lugar seguro
Podemos participar de cultos e programações, assistir LIVES sem preocupação; imperceptíveis, transparentes e invisíveis. Dessa forma encontramos a tranquilidade, sem ambição, sem ética, sem posicionamentos, sem filtros, sem nada. É como um tipo de droga que entorpece... Conseguimos manter o sorriso congelado, a “cara de paisagem” em qualquer situação. Não temos motivos pra chorar; não há perdas nem conflitos. Não precisamos brigar nem defender ideias. Tanto faz “o que”, “quem” ou “o por quê” pois somos ignorantes. O importante é ter a vida própria, moralmente aprovada pelas pessoas que nos cercam. Afinal, se é possível conviver com todos, lendo, ouvindo e assistindo qualquer coisa sem dificuldade, somos felizes. O importante é ter paz no coração.
Só que esta paz tem um alto preço. Trocamos o brilho nos olhos pelo orgulho de uma vida repleta de amigos e portas abertas. Trocamos a certeza de que pisamos sobre marcas de valor que foram deixadas pelos discípulos de Jesus por templos cheios, reuniões animadas e eventos disputados.
Não é por acaso que, dia após dia, surgem novos líderes dizendo que a Bíblia não é inspirada, não é a Palavra de Deus, é apenas mais uma obra escrita por homens. Ao mesmo tempo, se multiplicam as revelações e ensinamentos dos pastores, bispos e apóstolos eloquentes, carismáticos. Sempre alegres e otimistas, citam a Bíblia, mas também citam autores, músicas, artistas e políticos. É só reunir as palavras certas à linguagem religiosa e pronto: qualquer coisa é cristã, é de Cristo, é de Deus.
John Stott, fundador do London Institute for Christianity e autor de mais de 40 livros, demonstrou sua preocupação no obra “Crer é Também Pensar”:
“Entrega sem reflexão é fanatismo em ação, reflexão sem entrega é a paralisia de toda ação (...) o espírito de Anti-intelectualismo é corrente hoje em dia. Multiplicam-se os programatistas, para os quais a primeira pergunta acerca de qualquer ideia não é: “É verdade?” mas sim: “Será que funciona? (...) Ninguém deseja um cristianismo frio, triste, intelectualizado. Mas será que isso significa que temos que evitar a todo custo o “intelectualismo”? É a experiência que realmente importa e não a doutrina? Muitos fecham suas mentes ao fecharem seus livros, convencidos de que ao intelecto compete apenas um papel secundário... É a miséria e a ameaça do cristianismo de mente vazia”.
Sem ensino e reflexão estamos fragilizados – vulneráveis
Já que falamos de reflexão, precisamos reconhecer que o problema não é apenas de indivíduos. A questão é mais grave. Há um erro institucional histórico que nos seguiu até aqui: lideranças que serviram antes de nós falharam na formação dos obreiros; as igrejas e instituições se tornaram anacrônicas. E como resultado prático, pastores e líderes evangélicos subestimam a importância da cultura na comunicação. Enquanto alguns se preocupam demais com as questões doutrinárias, outros focam apenas em questões morais, e ambos se tornam insensíveis aos padrões de pensamento e aos comportamentos culturais das pessoas. Será que algumas palavras como: Deus, pecado e salvação despertam na mente dos ouvintes os mesmos conceitos que estão nas mentes dos pregadores?
Professores e pregadores falam da mesma forma para diferentes tipos de público, sejam crianças, adolescentes ou adultos; sejam cristãos, católicos, ateus, muçulmanos ou marxistas. Nos dirigimos às pessoas com despreparo e desrespeito, como se fossem primitivas, sem passado, sem história e sem inteligência. O que remete à ideia anacrônica de que evangelização é sempre um povo superior tentando salvar os pobres pagãos inferiores, não civilizados e bárbaros, da perdição eterna.
Na obra “Contextualização: Uma Teologia do Evangelho e Cultura”, Bruce J. Nicholls escreve:
“O comportamento cultural não é biologicamente transmitido de uma geração para outra. Cada geração deve aprendê-lo com a geração anterior. É a soma total das atitudes e padrões comportamentais aprendidos por determinada comunidade (...) se o evangelho apenas modifica ou muda o comportamento observável de uma pessoa ou de uma comunidade sem produzir uma mudança equivalente na cosmovisão fundamental, o nível da comunicação é superficial. De modo semelhante, incutir um novo conjunto de valores morais numa sociedade sem produzir mudanças perceptíveis nas instituições dessa sociedade é apenas uma conversão parcial”
Com muita propriedade, ele também afirma que:
”A linha divisória entre aquilo que é indiano e o que é hindu ou muçulmano é extremamente difícil de traçar. Somente o senhorio de Cristo e a iluminação divina do Espírito Santo sobre a Palavra de Deus escrita podem guiar o crente e a igreja a fazer essa distinção. Onde não houver interação genuína entre o supracultural e a cultura nacional da comunidade cristã, pode-se duvidar seriamente se o reino de Deus está de fato entre esse povo em qualquer sentido que seja (...) O evangelho nunca é o convidado de qualquer cultura; sempre é seu juiz e redentor”.
Agora sabemos porque tantas igrejas ficaram anacrônicas. Perderam o sentido histórico e, de certa forma, se tornaram inúteis para Deus. Grupos fechados, como se fossem clubes; se retroalimentam com seus próprios valores e suas próprias verdades. Como se fossem mundos paralelos, encantados.
Mas quando olhamos pela janela, o que vemos? O mundo confuso, de joelhos, sem saber como será na “pós-pandemia”. É tempo de frustração. Planos naufragaram e a convivência sob confinamento acabou revelando a verdade em muitas relações: famílias quebradas, casamentos falidos, religiosidade superficial. As pessoas estão cada vez mais dispostas a conversar sobre o significado das coisas e suas demandas; sobre vida, sobre morte, sobre fé, sobre Deus. E essa conversa será com quem? Com os evangélicos? Ora, é melhor falar sobre pecado com filósofos ateus do que ouvir o sermão de domingo na LIVE da igreja local! O sucesso dos coachings diz muito sobre nossa realidade. Eles conseguiram discernir o drama cultural dessa geração. Sabem como alcançar o coração do homem contemporâneo, discutindo os seus problemas e dilemas reais.
Há uns dois anos, participei de um Congresso de Jovens numa igreja histórica. Era uma programação para jovens, mas eles não estavam lá. Os bancos estavam vazios. Poucas pessoas, entre 15 e 20 no máximo, compareceram; muitos idosos. Três noites, três reuniões vazias. No último encontro, o pastor da igreja assumiu o púlpito e esbravejou: “Onde estão os jovens? Eles não se interessam! Querem que a igreja se adapte, que mude a estrutura e a forma de culto. Mas isso nunca vai acontecer, porque a igreja não vai ceder aos caprichos desta geração. Por que eles não estão aqui?” Bem... Se eu pudesse falar naquele momento, diria sem vacilar: “eles não estão aqui porque a reunião é cansativa e anacrônica: não ajuda os jovens cristãos a serem cristãos no seu próprio tempo”.
O Evangelho é supracultural e transtemporal. Suficiente para comunicar a verdade de Deus a todo homem, em todas as culturas, em todos os tempos e em todas as organizações sociais (Mt 24.14; Jo 3.16; At 1.8). O Evangelho é a verdade e o poder de Deus, capaz de alcançar e transformar o homem em todos os níveis, inclusive o cultural (Rm 1.20; At 17.18-32; At 8). A igreja não é alienada nem alienante. Cristãos também são profissionais liberais, médicos, empresários e comerciantes que levam Cristo onde estão (1 Co 6.12-20). Quando a igreja cumpre as Escrituras torna-se testemunha de Cristo para o mundo; quando vive o que prega, quando demonstra no dia-a-dia aquilo que crê, as pessoas param para ouvir (Jo 14.26; 16.13-15). Mas quando a igreja não ensina, não reflete nem se atualiza, torna-se inútil no seu tempo.
O que aprendemos na pandemia? Que a boa imunidade é a principal defesa contra germes infecciosos como o vírus. Portanto, uma comunidade de fé saudável, firmada nas Escrituras, dialoga com o seu tempo e tem boa resistência. Mas uma igreja sem Palavra, sem reflexão e sem ação, não apenas falha na missão como também se torna frágil e não consegue resistir a ataques.
Este é um tema inquietante e necessário! Poderíamos falar muito sobre o despreparo das igrejas e o efeito disso sobre a missão. Mas quero, a partir de agora, chamar sua atenção para as consequências dessa “baixa imunidade eclesiástica” ... Pior do que a própria doença, é não sermos capazes de perceber que ela já chegou, tomou conta do corpo, que estamos morrendo aos poucos. É exatamente o que acontece quando uma pessoa sente algo, vai ao médico, faz exames e descobre que uma certa enfermidade está em estado avançado... É o que acontece com a igreja evangélica. Grita, canta e desafia os demônios. Só não consegue perceber que está adoecida, fragilizada. Há um parasita alojado no seu organismo.
O liberalismo teológico é um parasita
O que é um parasita? É um organismo que vive sobre outro organismo ou dentro dele. Depende do outro organismo para se alimentar e para outras funções que garantem sua sobrevivência. Sua vítima é um hospedeiro, quase sempre, bem maior do que o parasita. Diferentes tipos de parasita causam efeitos diversos nos hospedeiros. Alguns causam doenças, outros causam dor. Há também os que passam quase despercebidos por seus hospedeiros. No entanto, a relação básica é sempre a mesma: boa para o parasita e nociva para o hospedeiro.
O liberalismo teológico é assim. Se alimenta de igrejas e seminários, da energia e coração de homens e mulheres que amam o Senhor. Liberais não abrem suas próprias igrejas e escolas. Na verdade, estão bem aqui, entre nós. Das instituições cristãs, muitas delas conservadoras, recebem seus salários e gozam de respeito e admiração. A teologia liberal não planta igrejas, não edifica cristãos, não gera missionários, não contribui para que crentes perseverem na fé, aguardando o encontro com Cristo. Não é cristianismo.
Alguns dizem que o liberalismo morreu; outros afirmam que não há mais liberais entre nós. Mas não se engane. As ideias do liberalismo continuam presentes, defendidas neste exato momento nas salas de aula, canais digitais e púlpitos das igrejas; pastores, professores e teólogos minando e matando a fé.
A teologia liberal é uma ameaça que nos cerca há três séculos. J. Grechan Machen (1881-1937), professor do Westminster Theological Seminary, escreveu o livro “Cristianismo e Liberalismo” para lidar com o problema que estava em alta no começo da década de 1920 – ou seja, há 100 anos.
E não adianta insistir que: “ser liberal é só romper com a tradição e com a hierarquia e ser desprovido de espiritualidade, frio e descrente... Desigrejado!” Nem dizer que: “liberal é sinônimo de libertinagem. Uma pessoa sem limites, para quem tudo é permitido...”
O liberalismo é uma doutrina que rejeita o Evangelho; possui arcabouço teológico robusto e proposta.
Foi na Alemanha que a Teologia Liberal surgiu, na relação entre o cristianismo histórico e o iluminismo, e avançou pelos séculos XVIII, XIX e XX. O iluminismo surgiu em meio ao conflito entre o ideal científico e o ideal da personalidade. E o pano de fundo foi a filosofia idealista que acabou se transformando nos sistemas de Fichte, Schelling e Hegel – que chamamos de liberalismo clássico.
Kant escreveu sobre a transcendência como dicotomia entre liberdade e natureza. Ou seja, a experiência transcendente só é válida se compreendida por pressupostos naturais e pela capacidade humana. Para ele, o lugar da religião é na mente humana. É o homem que cria para si normas e regras para viver, reduzindo a religião ao “querer moral”. Depois dele, Fichte declarou que a religião é ideia racional baseada no querer livre do ser humano, e, a partir desse contexto, surgiram aqueles que desenvolveram o sistema de ressignificação do cristianismo – a racionalização.
Para Lessing, há um abismo entre a razão e a fé. E Von Herder escreveu que a Bíblia utiliza linguagem poética. Ou seja, comunica a verdade através de símbolos. Esse é o caminho pra atravessar o “abismo”. O humano, natural, como simbólico do eterno, do divino.
Bauer e Wellhausen deram início aquilo que chamamos de “alta crítica” – a análise história e dialética das Escrituras. E Strauss avançou ainda mais, usando as ideias de Scheleiermacher para afirmar que é preciso encontrar o Jesus histórico, que a espiritualidade surge pela observação da comunidade de fé. É o encontro com o Jesus histórico que nos leva a uma religião verdadeira.
Ritschl escreveu que toda teologia precisa ser fundamentada na comunidade de fé, rejeitando totalmente a ideia de uma fé que se expressa na piedade. Para ele o foco é sempre histórico. A teologia deve ser historicamente representada, e é a vinda do Reino de Deus que realmente motiva as comunidades. Uma vez que o Reino se aproxima, Deus muda a realidade das coisas. A marca da pregação otimista que deu origem a um tipo de “Evangelho social”. Jesus é a representação do homem perfeito, que se libertou de todos os impulsos ruins da natureza humana; aprendeu a executar aquilo que é bom, o que representa a verdadeira religião. Aos poucos, Ritschl abandonou o conceito de revelação. Tudo ficou ligado ao mundo racional, tangível, histórico.
Aí surge Adolph Von Harnack. Em suas obras, ele “acusa” o apóstolo Paulo de pregar um Evangelho sobre Jesus, e não o verdadeiro Evangelho de Jesus, a “religião simples”. Para ele, o cristianismo tinha sido “helenizado” ...
Você percebe como reflexão e ensino são indispensáveis? Se a nossa noção sobre quem Deus é está errada, todo o resto será ruim. A partir de uma visão falsa do Criador, é possível supor que o homem é resultado de processos evolutivos, que ainda se encontra em evolução e pode ficar ótimo. Nada se diz sobre pecado ou expiação; aliás, não há consciência de queda porque rejeita-se a ideia de que o pecado foi transmitido para todas as gerações. E se tiramos o pecado, pra que Evangelho e salvação? Na Teologia Liberal, Cristo não é salvador, mas é exemplo a ser seguido. Não se fala em milagre, ressurreição, mundo vindouro, céu ou Inferno. Tudo o que Cristo fez foi ensinar sobre a paternidade de Deus.
Ah! E é bom que se diga: os que defendem ideias liberais não querem destruir o cristianismo!
Teólogos liberais dizem que estão resgatando o verdadeiro cristianismo... Adoram a expressão: “verdadeira fé”. Chamam os demais cristãos de pseudocristãos ou acríticos. Gostam de dizer que as pessoas não entendem. Afirmam que seu trabalho é um esforço pelo bem comum, para que Cristo seja visto. Sempre conectam a fé com o pobre, a política e as ações sociais. Parecem mais sensíveis, mais amorosos, socialmente mais responsáveis e mais éticos – é um tipo de fé que é estética.
Há uma beleza no discurso liberal que é bem diferente da loucura e dureza da cruz. A cultura se torna sinônimo de Evangelho e a verdade é relativizada. Supervaloriza a experiência e o intelectualismo. Clama por diálogo e inclusão dos mais desfavorecidos contra toda intolerância. E quer saber? Faz muito sentido.
A fé só é transcendente a partir do amor e da preocupação com o pobre. E o ponto mais importante: é preciso promover uma releitura da Bíblia para que responda às demandas da pós-modernidade.
Como identificar a teologia liberal?
Um dia desses, vi um pastor falando sobre o amor de Deus. Para ele, Jesus veio ao mundo porque estava profundamente preocupado com as pessoas. Ele disse: “muitas pessoas têm sido ensinadas que um pequeno grupo de cristãos viverá para sempre num lugar de paz e alegria chamado céu; o resto da humanidade viverá para sempre em tormento no inferno, sem chance de salvação. Mas isso é errado, prejudicial e contrário a mensagem de amor, paz e perdão de Jesus... essa é a mensagem que o mundo precisa ouvir urgentemente”.
O plano é sempre o mesmo: separar a mensagem de Jesus de outras vozes do Novo Testamento, especialmente Paulo.
Veja também o que disse, recentemente, uma das mais importantes vozes da igreja evangélica brasileira:
“Não existe uma doutrina correta! Isso é fantasia... Isso é uma abstração! O que existem são centenas de tradições da fé cristã (...) Paulo às vezes é histórico, às vezes é platônico, às vezes é judaico. Nem Paulo passa no crivo... A construção paulina do Evangelho é uma síntese de filosofia grega, direito romano e sacerdotalismo judaico... Quando alguém fala sobre “verdadeira doutrina”, eu não sei o que isso significa. Do que estamos falando? Eu sei o que falo quando falo de compaixão, generosidade, perdão, comunhão, repartir o pão, virar a outra face, não agredir mulheres e não abusar de crianças...”
Percebe? Se os evangélicos abrem mão do conhecimento, não ensinam nem promovem a reflexão, se tornam anacrônicos e não respondem às questões do seu tempo, pessoas ficam sem ânimo e esperança, cansadas da religião e da fé. Por isso o pensamento liberal é como um bálsamo que traz paz e alívio a homens e mulheres que vivem num cristianismo de mente vazia.
Agora observe algumas das principais marcas da Teologia Liberal. Pode ser que você já tenha ouvido isso na sua igreja... E pode até ser que você mesmo já tenho ensinado ou pregado algo assim:
- Experiências sobrenaturais não são fatos, mas explicações das pessoas na tentativa de descrever suas experiências ou entender Deus.
- A história sempre acontece de forma natural, com causas e efeitos.
- O nascimento virginal de Cristo, os milagres e a ressurreição jamais aconteceram na história.
- A criação, a queda, os milagres e a ressurreição pertencem ao imaginário cristão e não à história real.
- Não importa o que aconteceu no túmulo. O que importa é a declaração dos discípulos: eles dizem que Jesus ressuscitou.
- Muitos relatos bíblicos são invenções piedosas do povo judeu e dos primeiros cristãos.
- A Bíblia está cheia de erros e contradições. Apenas alguns textos foram inspirados por Deus.
- Interpretar a Bíblia é reconhecer que ela possui contradições.
- O Iluminismo, o racionalismo e as filosofias contribuem para uma análise crítica da Bíblia
- A criação, o dilúvio e muitos personagens foram inventados.
- Diversas passagens da Bíblia foram acrescentadas anos depois – estes textos não existem.
- O sentimento religioso é universal; todo ser humano é capaz de experimentá-lo.
- As experiências transcendentes na música, na arte e no diálogo inter-religioso são legítimas.
- Na verdade, muitos não cristãos conhecem mais a Deus que os cristãos.
METANOIA
Como nos ensinou o Dr. John Stott, se não usarmos a mente que Deus nos deu, seremos alvos fáceis de desses ensinamentos que jamais nos deixaram. É preciso resistir – parar com o cristianismo romântico e ingênuo que não se preocupa nem se importa, que acha tudo lindo. Portanto, o conhecimento bíblico e a reflexão são indispensáveis.
“Transformai-vos pela renovação do entendimento” (Rm 12.2). O conhecimento é para ser usado no culto, para uma fé maior e uma vida cristã mais profunda. É para ser aplicado e compartilhado, nos proteger de tudo o que pode nos fazer tropeçar. A fé é um escudo, e a Palavra é uma espada. A certeza da Salvação eterna é o capacete que nos mantêm seguros em Cristo.
Você pode perguntar: o que fazer para adquirir esse conhecimento tão precioso? Disposição mental para aprender e humilhação diante de Deus. Atitudes que um teólogo liberal jamais terá. Estes são os passos para que tenhamos a clareza e a coragem necessárias. Não subestime o pensamento liberal. Confie em Deus, estude e compartilhe a Palavra e viva para Cristo.
------------------
NICHOLLS, J. B. Contextualização: uma Teologia do Evangelho e Cultura. São Paulo. Vida Nova. 2013.
STOTT, John. Crer é também pensar. São Paulo. ABU, 2012.
CARDIN, Helder. Hermenêutica. São Paulo: Vida Nova, 2017.
HORDEN, W. Teologia contemporânea, São Paulo: Hagnos, 2003.
MACHEN. J.G. Cristianismo e liberalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2012.
MCGRATH, Alister, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução a teologia cristã, São Paulo: Shedd Publicações, 2005.
MILLER, Ed. L. Teologias contemporâneas, São Paulo: Vida Nova, 2011.
------------------
Professor Leclerc Victer
Teólogo, fundador da Oficina da Palavra
Membro da comunidade Verdade e Graça (RJ)
@professorleclerc
youtube.com/oficinadapalavra
instagram.com/professorleclerc